28 de jun. de 2011

Seu amor leal

O coração do Pai era o esconderijo de Jesus, um lugar fortalecido e protegido em que Deus se fazia próximo, em que se renovava a intimidade do deserto, onde jamais morriam a confiança, o amor e a percepção que tinha de si mesmo, sendo todos esses, antes, continuamente reacesos. Em momentos de oposição, de rejeição, de ódio e de perigo, ele se retirava para aquele esconderijo em que era amado. Em momentos de fraqueza e temor, nasciam lá uma força e uma inabalável perseverança. Diante das incompreensões e das desconfianças que só aumentavam, apenas o Pai o compreendia. “... Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai...” (Lc 10:22). Os fariseus conspiravam secretamente para destruí-lo; os amigos das horas boas estenderam a outros seu compromisso de lealdade; um discípulo o negou e outro o traiu; mas nada podia afastar Jesus do amor do Pai. Na reclusão dos lugares desertos, ele marcava encontros com El Shadai, e é difícil imaginar o que aqueles momentos significavam para ele. Mas de uma coisa podemos estar certos: eram profundamente reforçadas a identidade e a percepção – originais, crescentes e definitivas – de Jesus como Filho, Servo e Amado do Pai. Nada pode prejudicar a proclamação das boas notícias acerca da vida eterna, nem impedir que se ajudem as pessoas de um modo de vida que lhes permita crescer em direção à eternidade – um caminho de paz e justiça, com espaço para que a dignidade humana seja reconhecida e o amor floresça.

Brennan Manning

Nenhum comentário:

Postar um comentário